O Conselho de Pastoral do Regional Leste 2 da CNBB divulgou nesta quarta-feira, 23 de agosto, uma nota manifestando preocupação pelas matérias em discussão e votação no Supremo Tribunal Federal acerca da descriminalização das drogas e do aborto até o terceiro mês gestação.
No texto, a presidência da instituição reitera que “a práxis pastoral da Igreja Católica nestes dois campos permite que levantemos a voz para dizer NÃO ao aborto e às drogas, porque não faltam iniciativas de nossa parte para socorro e ajuda a às pessoas e famílias que estão vivendo dramas nessas duas formas de violência contra a vida”.
Leia o texto na íntegra:
Belo Horizonte, 22 de agosto de 2023, memória de Nossa Senhora Rainha.
Ao Povo de Deus do Regional Leste 2 da CNBB.
O Conselho de Pastoral do Regional Leste 2 da CNBB, composto pelos Bispos da Presidência do Regional, os Bispos Presidentes das Comissões Episcopais de Pastoral e o Padre Secretário Executivo, representantes, portanto, das 28 dioceses mineiras, esteve reunido neste dia para pauta ordinária de encaminhamentos, discussões e partilhas. E também nos inquietamos e manifestamos nossa preocupação pelas matérias em discussão e votação no Supremo Tribunal Federal acerca da descriminalização das drogas e do aborto até o terceiro mês gestação.
Para nós, trata-se de temática que toca a essência da nossa missão evangelizadora: o cuidado da vida, desde o ventre materno até a morte natural. “Vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo10,10). Estas palavras de Jesus são normativas e de grande pesoético para nossa consciência cristã. Lamentamos que a vida humana seja tratada de modo desigual entre os que estão ainda nos ventres e os que pisamos o chão da história, bem como discordamos completamente da liberação das drogas como se coisa boa e saudável fosse para o cultivo de vida plena.
Aborto e drogas são males e desgraças que entorpecem e ferem vidas, consciências e histórias, prejudicam pessoas, famílias e a sociedade inteira. Há de se pensarem formas éticas e sadias de oferecer ajuda às gestantes em situação de risco ou insatisfeitas com a gravidez, bem como oferecer ajuda terapêutica aos toxicodependentes. Não se trata de liberar uma coisa e outra e relegar ao foro individual decisão tão séria acerca da própria vida e da vida alheia ainda em gestação e indefesa.
Além disso, mesmo que se trate de organismo legítimo e de instituição democrática, julgamos não ser a instância pequena desta Corte Federal a decidir sobre estas matérias, já descartadas em instâncias mais apropriadas e colegiadas de discussão. O ativismo do Judiciário se torna ainda mais grave quando pondera e decide sobre questões que tocam o valor absoluto e inalienável da vida humana.
A práxis pastoral da Igreja Católica nestes dois campos permite que levantemos a voz para dizer NÃO ao aborto e às drogas, porque não faltam iniciativas de nossa parte para socorro e ajuda a às pessoas e famílias que estão vivendo dramas nessas duas formas de violência contra a vida.
No dia em que celebramos Nossa Senhora Mãe e Rainha no Reino de seu Filho Jesus Cristo, apelamos a todo o Povo cristão e católico para que reze e suplique a Deus que a ética do Evangelho da vida prevaleça sobre qualquer política ou decisão que seja favorável à morte e oposta à dignidade do ser humano.
Shalom a todos!
Dom José Carlos de Souza Campos – presidente
Dom Airton José dos Santos – vice-presidente
Dom Joel Maria dos Santos – secretário